Como medir e resolver o ruído em edificações
O ruído é coisa séria…
Entre décadas de observação o corpo social brasileiro expandiu de 51,9
milhões para 169, 8 milhões de pessoas dos anos 50 até o início do século (segundo
dados do IBGE de 2000). Contudo, o segmento de construção
e arquitetura têm participação de forma incisiva na geração de empregos e movimentação de diversas áreas de bens de produção e serviços.
Diante de inúmeras eventualidades e incertezas que oscilam em função da
situação macroeconômica atual do país, é necessário que os setores de pesquisas e
design, em conjunto com as construtoras, possam investir mais em pesquisa e dar uma reviravolta no ruído em edificações. Assim, são necessárias análises qualitativas e quantitativas sobre técnicas e aplicações de materiais que permitam prever e tratar o ruído produzido pelo crescimento progressivo das áreas urbanas e vias de tráfego.
Casas, prédios e hospitais que foram construídos em locais onde há vibração e barulho excessivo demandam atenção especial. Em geral, zonas industriais, aeroporto, rodovias, e outros locais de alto fluxo causam remanejamentos inviáveis e por vezes precisam ser controlados localmente.
Quando a poluição sonora supera os limites estabelecidos em áreas habitadas, torna-se obrigatória a presença e consultoria do profissional com formação em Engenharia Acústica ou o Engenheiro Civil/Mecânico/Arquiteto com especialização em Acústica. Áreas vigiadas por órgãos de fiscalização que seguem requisitos normativos ou ainda fiscalizadas por reclamações dos vizinhos são as que precisam se adequar. Então, antes mesmo de colocar um negócio em funcionamento, veja o zoneamento e os limites de ruído da região. Isso pode ser fundamental na sua análise de viabilidade do negócio antes mesmo de construir. Consulte também se o profissional contratado possui registro no CREA.
Do ponto de vista físico
O termo “ruído” possui algumas percepções subjetivas, podendo ser explicado
como o som sem harmonia ou simplesmente barulho indesejável. Esse som está sujeito aos mecanismos de reflexão, difração, transmissão, absorção e refração. O mesmo acontece com a luz que também se comporta como uma onda. Dessa forma, no ponto de vista do som, podemos perceber que cada material vai interagir com o som de uma forma, sendo que ao receber uma frente de onda pode haver todos os mecanismos ao mesmo tempo.
O som possui características quantitativas, sendo um fenômeno físico que é avaliado de forma mais intuitiva em dB (decibel), por ter uma resposta logaritmica que nos é difícil de interpretar em termos de amplitude. Por sua vez, a frequência (Hz) e a fase variam no tempo e espaço, de forma que observamos mecanismos interessantes como o efeito doppler.
Como medir
Na aferição do ambiente que é alvo de perturbação, usa-se o instrumento de
medição que recebe o nome de sonômetro. O sonômetro capta o nível da pressão
sonora por um transdutor durante alguns instantes de tempo, em intervalos fixos e vai integrando as respostas de pressão (somando) e tirando médias. Pode-se avaliar em diferentes tempos de integração e com isso ter médias que retratam uma característica de uma fonte sonora específica durante certa duração. Em geral, para medidas de controle ambiental usam-se integrações em tempos espaçados como durante vários minutos até um dia inteiro. É comum utilizarmos medições e integrações temporais nos períodos diurno, vespertino e noturno, de acordo com a normativa utilizada. O tempo de
medição e intervalo entre cada tomada de pressão deve ser escolhido de forma a permitir a caracterização do ruído em questão.
Na norma brasileira, a medição segue o procedimento da NBR-10151 que dá origem a um laudo. O sonômetro classe 1 devidamente calibrado é necessário na maioria dos casos, sendo aceitável o classe 2 em avaliações menos criteriosas. Com o auxílio de softwares de mapeamento acústico é possível planificar curvas de igual pressão sonora, e assim prever o ruído em outras áreas não medidas. Assim, de posse do laudo e do modelo computacional o especialista pode dar início ao projeto acústico do empreendimento.
E o projetista Acústico?
O profissional e projetista em acústica aborda medidas cautelosas para atenuar o problema de perturbação sonora. Em geral eles consideram variáveis que apresentem oscilações estatísticas previsíveis para evitar surpresas em projetos de áreas residenciais e comerciais. Soluções que não contrariem a estética arquitetônica e que agrade o gosto do cliente final são sempre preferíveis. Na dúvida, antes de construir consulte profissionais qualificado e veja as possibilidades.
Sob a expectativa dessas tais análises minuciosas que envolvem bastante cálculo, é provável executar medidas corretivas e flexíveis, de modo que, o objetivo seja manter o planejamento de custos dentro dos padrões razoáveis para o cliente.
A análise sempre será parcial, entretanto especializada. Mas devemos atentar para a ética, visto que algumas entidades de classe como o CAU estão em luta constante contra os “profissionais” que aceitam a propina, chamada elegantemente de “RT”, ou reserva técnica que é paga pela empresa do material ao especificador.
Uma solução acústica é sem dúvida o diferencial para o mercado imobiliário
competitivo que temos hoje e que está mal das pernas tendo em vista que clientes buscam por bom desempenho e qualidade de vida além de baixo custo. É a sustentabilidade que usamos somente para os fins ambientais, mas que na verdade deve ser financeira também. Portanto, valorize o trabalho especializado e saiba que um projeto bem feito economiza e muito o retrabalho, os custos e a incomodação de fazer reformas.
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Esse artigo teve colaboração de Fernando Ferreira.
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