Um pouco da minha trajetória (e da minha paixão) pela música
Recentemente estive reunido com duas das maiores feras na construção de estúdios aqui no Brasil. E esse momento me fez pensar um pouco sobre a minha relação com a música – e o que me levou a chegar onde estou hoje.
Mas para contar para você um pouquinho desta trajetória, eu preciso voltar no tempo e explicar como (e por que) a música me trouxe até aqui.
Tudo começou em Florianópolis, quando eu estava no Ensino Médio. Ou melhor, no “segundo grau”. Ter uma banda não era novidade para mim. Eu já tinha montado algumas no colégio antes disso, mas foi neste período que comecei a tocar em diversos eventos. Eram festas de 15 anos e festas da escola – os momentos das apresentações nos festivais de bandas eram os mais esperados.
Comecei com algumas bandas de pop rock. No entanto, sempre gostei de heavy metal. Por isso, acabei caindo no thrash metal em um momento em que precisava extravasar um pouco do de energia do meu corpo. Neste período, toquei junto com a Drip Hope, que apresentava o cover do Sepultura e Soulfly.
Nesta época das bandas da escola acabei indo a diversos eventos e festivais que me trouxeram muitos amigos que perduram até hoje. Entre essas amizades, formamos a Banda Eclipse que tocava os clássicos do rock internacional em bares, festas e eventos familiares.
A paixão pela música ficou cada dia mais forte. Um dos momentos mais marcantes foi quando decidimos entrar em estúdio para gravar um pequeno álbum – era o prêmio de um festival de música de garagem. Na época a banda chamava-se Ilha de Nós e foi a partir deste EP que começamos uma trajetória muito prazerosa dentro dos estúdios.
Gravamos no estúdio Garagem com o saudoso e divertido Jorge. A banda foi crescendo e chegou a ter 9 integrantes Fazíamos shows bem bacanas com um repertório brasileiro, que que tinha influências do funk, do samba, do maracatu, e também do pop rock nacional.
Neste período também iniciamos um CD nos estúdios do Júlio Lemos com o Guinha Ramires como produtor. Infelizmente a verba para produção do disco não foi suficiente e tivemos que abandonar o projeto.
Logo depois desta banda vieram outros projetos mais intimistas, como a banda Marelua. A paixão pela música era tão grande que, com ajuda de alguns colegas, chegamos a transformar a minha sala da frente em um pequeno estúdio para a gravação de um EP. Uma experiência que nos rendeu algumas noites de ótima música, comida e bebida.
Ao mesmo tempo em que a banda Marelua começou a crescer, eu passei a assumir mais fortemente o estudo da engenharia mecânica – visando especialmente os estudos de acústica.
Neste meio tempo, entrei em uma banda de hardcore com uma pegada hard rock e letras gospel chamada The Search 7. Foi muito interessante o processo criativo de músicas autorais e de produção de um álbum em SMD com guitarras de Chico Martins e naipes de sopro arranjados por Jean, trompetista do exército.
Este foi o meu primeiro trabalho como produtor fonográfico e pude levá-lo para a Inglaterra, onde masterizei o material no estúdio Abbey Road com Sean Magee.
Também fui convidado a tocar com a banda Damadera, que apresentava um repertório surf music parecido com a Marelua. A Damadera tinha, no entanto, um repertório de apenas músicas autorais, assim como a Ilha de Nós.
Após longos anos com a Damadeira, alguns clipes e diversos shows no Clube da Luta e uma gravação incrível no estúdio Pimenta do Reino, fui ao exterior para me especializar ainda mais no doutorado.
Durante este período realizei a gravação de algumas faixas que eram de minha composição mas que ainda não haviam saído do forno. Foi muito gratificante conhecer os estúdios da faculdade de música da University of Southampton e acompanhar vários shows no Turner Sims, um excelente auditório para shows clássicos e contemporâneos.
Ainda na Inglaterra, fiz muitos shows ao vivo com uma banda de samba com amigos brasileiros. Também acabei por criar uma bateria de escola de samba que fez três carnavais – os quais foram considerados os maiores e melhores eventos da universidade naquela década.
Quando voltei ao Brasil, deixei alguns amigos, mas carreguei muitas histórias e fotos na mochila. Trouxe alguns poucos equipamentos de som para o Brasil – o suficiente para encher duas malas e negociar alguns deles com alguns colegas.
Estava agora sem banda – mas com uma vontade muito grande de voltar aos estúdios e aos palcos musicais. Atualmente estou revivendo algumas de minhas composições e pretendo entrar em estúdio novamente nos próximos meses.
Bom, esse foi um pequeno relato da minha trajetória musical, uma paixão que me proporcionou ótimos momentos tanto em estúdio quanto fora dele.
E você… Qual é a sua trajetória musical? Qual é a sua relação com a música?
Te vejo do outro lado do Portal.
Pablo Serrano
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