Parede acústica – Qual devo escolher?
Ter uma vida agitada em grandes centros urbanos pode ser estressante principalmente por causa do ruído urbano. Cada vez mais se procuram métodos para o controle desse ruído tão incômodo que traz estresse e problemas cardiovasculares. Visando o conforto e a saúde da população em 2013 foi publicada a norma NBR 15.575 através da ABNT. A norma determina valores mínimos de desempenho quanto ao isolamento acústico para pisos, paredes externas e paredes internas de edificações.
Porém, como devo construir uma parede acústica adequada? Qual a morfologia ideal dessa parede acústica? Existe diferença entre o isolamento acústico de uma parede interna e de uma parede externa? Pretendo falar aqui sobe essas dúvidas que estão surgindo devido às recentes mudanças nesse ramo de materiais acústicos para construção civil.
Tipos de paredes e requisitos exigidos pela NBR 15.575
A NBR 15.575 classifica o desempenho acústico em partições verticais de fachadas e partições verticais internas, ou seja, as paredes acústicas externas e as paredes acústicas internas. Lembrando que também temos o isolamento acústico entre andares e que podemos classificar a propagação do som em aérea e de impacto.
Paredes acústicas internas
As paredes acústicas internas são paredes que separam as diferentes unidades habitacionais autônomas, ou ainda paredes dentro de uma mesma unidade. Para garantir desempenho adequado de isolamento acústico ao ruído aéreo devemos ter em mente o padrão pretendido pela construção. Podemos montar a parede com diversas morfologias, mas é comum a montagem de duas formas diferentes:
- Massivas: Alvenaria (bloco de concreto, cerâmico ou de gesso), concreto pré- moldado ou moldado “in loco”. Seu desempenho de isolamento ao ruído aéreo em partições verticais internas (Dnt,w) depende fundamentalmente da sua densidade superficial, ou seja, massa por metro quadrado – kg/m2.
- Leves: Sistemas drywall ou steel frame. Seu desempenho de isolamento ao ruído aéreo depende de sua composição (número de placas, perfis, banda acústica perimétrica, etc). A espessura da cavidade e presença de material absorvente na cavidade contribuem para o desempenho acústico e devem ser projetadas para minimizar custos e para atender aos requisitos de projeto.
Além disso, é opcional a aplicação de revestimento de gesso, de argamassa ou de cerâmica para dar acabamento. Esses são os revestimentos mais comuns na construção civil brasileira, mas em sistemas de steel frame se usam as placas cimentícias e OSB. A escolha da morfologia da parede acústica interna (composição de materiais) deve seguir às exigências de isolamento acústico dados na NBR 15.575 conforme a tabela abaixo.
É importante ressaltar aqui que os métodos construtivos adotados até então no Brasil dificilmente atingem os níveis intermediários e superiores isolamento acústico (colunas mais à direita). Algumas construtoras tiveram que variar a morfologia das paredes para se adequar ao desempenho térmico e acústico e com isso alcançar desempenhos mensuráveis e previsíveis.
Paredes acústicas externas
As paredes acústicas externas separam dormitórios do exterior e devem garantir um desempenho adequado de isolamento acústico ao ruído aéreo. Por ruído aéreo entendemos o som da televisão, caixa de som, e outros que não vibram o piso e paredes de maneira significativa. O desempenho mínimo de uma fachada varia em função do ruído exterior no entorno do empreendimento. Os sistemas de vedações verticais externas são em geral compostos pelos seguintes elementos:
- Parede: Diversas morfologias.
- Esquadrias: É o ponto mais fraco de isolamento acústico de uma fachada. Para saber mais sobre como ter uma esquadria adequada para a sua obra, adquira agora: O guia de janelas acústicas para fachadas residenciais.
- Instalações: são dutos de ar condicionado, saídas de ventilação, chaminés, etc.
As exigências da NBR 15.575 levaram as construtoras e fabricantes de materiais a repensarem a morfologia das paredes, para atingir o desempenho quanto ao isolamento acústico necessário. Está cada vez mais comum utilizar light steel frame e wood frame, assim como é feito na Europa e Estados Unidos. Essas paredes leves possuem uma estrutura de aço ou madeira com reforços e contraventamentos. Por serem revestidas com placas em ambos os lados, também são classificadas como paredes duplas. Veja um exemplo abaixo.
Os requisitos para paredes externas podem ser observados na tabela a seguir. Vale lembrar que para avaliar as paredes externas é necessário medir o ruído externo a 2 metros da fachada. Para mais informações sobre ruído de fachada leia o nosso artigo clicando aqui.
O desempenho exigido varia conforme a localização da edificação, podendo variar o desempenho mínimo entre 20 dB e 30 dB. Em morfologias como as mostradas anteriormente, as paredes de light steel frame podem possuir um Rw em torno de 43~47 dB. Lembrando que há diferença entre os índices de D2m,nT,w, Rw e D,nT,w , e esses valores devem ser calculados pelo projetista acústico ou medidos in-loco ou em laboratório. As paredes de wood steel frame possuem um Rw em torno de 35~38dB para morfologias semelhantes a mostrada na figura acima.
Dicas e conclusões importantes
As exigências da NBR 15.575 levaram as construtoras e os fabricantes de materiais de construção a se adequarem. Por isso é importante que o profissional do ramo busque informações e se adeque às exigências normativas. É sempre importante a consulta com um Engenheiro Acústico ou um profissional qualificado, pois cada vez mais os clientes estão ficando exigentes sobre as condições do isolamento acústico em edificações.
Além de todo o conhecimento teórico sobre paredes acústicas é crucial cuidados na hora da construção da mesma. Cuidados com a montagem das esquadrias evitam frestas por onde o som pode passar. Cuidado na construção da parede para evitar juntas com massa mais fraca também degradam o desempenho. Uma atenção especial às esquadrias que serão utilizadas é essencial, pois essas são o ponto fraco do isolamento acústico de uma parede.
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