Problemas que a falta de tratamento acústico traz para o seu projeto

O que acontece quando o seu projeto não prevê um tratamento acústico adequado? Deixar de investir em acústica pesa no seu bolso?

Neste texto vou abordar alguns aspectos jurídicos, econômicos e mercadológicos da acústica em diferentes tipos de empresas. Além de mostrar como “o barato sai caro” quando o assunto é a importância do tratamento acústico para a construção civil e para empreendimentos que precisam de diferencial competitivo no mercado. Aproveite a leitura!

Problemas de saúde e impacto na qualidade de vida

Poluição sonora é coisa séria e seus efeitos são diversos na saúde e na qualidade de vida das pessoas.  Não é a toa que iniciativas de conscientização sobre os problemas causados pela exposição a ruídos excessivos ganham cada vez mais força e urgência em todo o mundo – o Ano Internacional do Som é a maior prova disso. 

Entre os problemas que a poluição sonora causa no organismo humano estão estresse, aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, insônia e estado de vigilância.

Ainda mais graves no caso das crianças, essas perturbações fazem da poluição sonora a segunda maior causa de poluição do planeta e tornam o tratamento acústico cada vez mais necessário em todos os tipos de edificações. 

No caso das habitações, o conforto acústico está intimamente ligado ao bem-estar e à saúde dos moradores. Já em ambientes de trabalho, o tratamento adequado dos sons faz com que os trabalhadores tenham maior produtividade e condições adequadas para realizar suas funções diárias. 

Leia mais: A poluição sonora e a sua saúde – conheça os efeitos

Complicações jurídicas

A falta de tratamento acústico também traz uma série de complicações jurídicas para o seu projeto.

Normas como NBR 15.575 e a  NBR 10.151, por exemplo, estabelecem padrões que devem ser seguidos a respeito do tratamento acústico do ambiente. Além disso, legislações federais, estaduais e municipais comumente conhecidas como “Lei do Silêncio” determinam restrições para a emissão de ruídos em diferentes estabelecimentos e diversas áreas.   

Projetos que não estejam adequados ao conteúdo dessas legislações e normas estão sujeitos a aplicação de multas e podem não receber a emissão de licenças para o funcionamento. 

Vale lembrar ainda que o tratamento acústico não se faz necessário apenas em novos empreendimentos. Quem já tem um estabelecimento ou edificação em operação precisa estar em dia com os aspectos acústicos para evitar fechamento devido a conflitos com a vizinhança, processos trabalhistas, entre outras complicações jurídicas. 

Aumento dos custos e retrabalho

Um dos problemas mais comuns da falta de tratamento acústico em um projeto é a necessidade de retrabalho e, consequentemente, o aumento dos custos e do tempo de execução. 

Isso acontece porque muitos empresários infelizmente ainda veem o tratamento acústico como algo supérfluo dentro do projeto e a contratação de um profissional especializado como um gasto desnecessário. Com isso, o resultado tende a ser um projeto inadequado às normas e/ou ineficiente, e que precisa ser refeito. O que acarreta gastos e complicações que poderiam ser evitados se o projeto acústico fosse executado desde o início da obra por um engenheiro acústico.  

A contratação de um profissional especializado gera custos com o projeto acústico em si, os materiais e sistemas indicados no projeto, o frete dos materiais acústicos, as licenças e certidões e a execução do projeto em termos de instalações.  Mas muito longe de ser um gasto dispensável, é um investimento necessário e certeiro para garantir a qualidade do projeto e a solução de problemas. 

O profissional é expert no assunto e a qualidade do seu serviço vem de análises e modelos confiáveis e conhecimento das normas técnicas. Além disso, ele realiza mapeamentos e produz laudos que mostram quais os materiais e adequações necessários para o projeto. 

Na prática, isso significa economia com mão de obra e materiais desnecessários, mais durabilidade do tratamento acústico, e qualidade e segurança para o cliente final. 

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Defasagem competitiva

Tratamento acústico também representa diferencial competitivo no mercado e pode ser usado como ferramenta de marketing do seu empreendimento. 

Uma construtora que não investe em soluções acústicas para os seus projetos está, inevitavelmente, ficando atrás dos concorrentes que o fazem. Isso porque da mesma maneira que incidência de sol e vento costumam ser fatores decisivos para a aquisição de um imóvel, o conforto acústico  faz diferença na escolha de um ambiente aconchegante e convidativo. 

Utilizar ambientes que possuem tratamento acústico para showroom é uma boa forma de mostrar os diferenciais do seu empreendimento ao cliente e deixar claro quais são os benefícios de contar com um bom isolamento acústico. 

As vantagens competitivas do tratamento acústico, no entanto, não se limitam às relações de compra e venda de imóveis. Estabelecimentos voltados para entretenimento e prestação de serviços como restaurantes, bares e casas noturnas podem utilizar o isolamento acústico para melhorar a experiência do consumidor, reforçar a identidade da marca e ainda atrair mais frequentadores. 

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Conclusão: tratamento acústico é um investimento necessário e estratégico

Além de contribuir para a sustentabilidade do planeta e para a qualidade de vida das pessoas, a acústica também faz muita diferença no bolso do empresário. O tratamento acústico precisa ser tratado como um investimento necessário e estratégico tanto na construção de edificações quanto nas reformas e adequações de empreendimentos habitacionais e/ou comerciais. 

Nesse contexto, vale ressaltar ainda que a acústica possui diferentes áreas de atuação e apresenta oportunidades de crescimento para engenheiros, arquitetos e outros profissionais que desejam especializar-se e atrair mais clientes. 

Enfim, a acústica contribui para maior qualidade e conforto, apresenta diversas possibilidades de inovação e pode ser a peça fundamental para que o seu negócio atraia mais clientes e ganhe destaque no mercado.