Unir sustentabilidade, acústica e design é tendência na construção civil
Unindo acústica e design, arquitetos e designers de interiores vêm buscando materiais que proporcionam conforto sonoro sem agredir o meio ambiente
Em um momento em que o Brasil encara problemas econômicos recorrentes e graves preocupações ecológicas, criar soluções inovadoras e integradas se faz cada vez mais essencial. Se no passado eram utilizados basicamente por seu efeito prático de tratar e isolar o som, hoje os melhores materiais acústicos conciliam técnica, estética e sustentabilidade.
É uma demanda que surgiu a partir do próprio mercado, ávido por produtos que ofereçam um toque arquitetônico que vá além da eficiência acústica – e que permita que esses materiais sejam instalados em casas, apartamentos ou escritórios de forma harmônica ao projeto do ambiente.
Conheça os tipos de revestimentos acústicos e saiba qual escolher
Antes usados essencialmente em locais específicos como estúdios de gravação e auditórios, os melhores materiais agora oferecem tratamento acústico e design – e são cada vez mais procurados para utilização em restaurantes, home theathers e escritórios.
Mais que isso, o tratamento acústico deixou de ser uma preocupação unicamente de profissionais técnicos da área de som para ser totalmente incorporado à construção civil. Seja em ambientes residenciais ou corporativos, unir harmonia estética e conforto sonoro sem causar impactos ao meio ambiente é uma tendência que chegou para ficar.
Materiais sustentáveis
Os arquitetos e profissionais da construção mais conscientes já sabem que a qualidade técnica do produto (o conforto sonoro) precisa ser acompanhada de qualidade estética (conforto visual), segurança e sustentabilidade.
Além de buscarem por materiais cujas propriedades acústicas ajudem a manter o nível de decibéis da edificação dentro dos níveis permitidos por lei, preocupam-se em selecionar produtos não-inflamáveis e não-tóxicos que não causem impacto ambiental.
Assim, alguns materiais que vinham sendo utilizados há anos na acústica, como a lã de rocha ou a lã de vidro, perderam espaço no mercado. São materiais que precisam ser manuseados utilizando máscaras e roupas de proteção e requerem diversos cuidados específicos para não causar alergias e problemas respiratórios. Tanto a lã de rocha quanto a lã de vidro não devem ser utilizadas como revestimento acústico em contato com o ambiente interno.
A sustentabilidade de um material acústico é determinada pelo seu uso e operação – consome muita energia ou água? É poluente? Deixa resíduo na instalação? – e pela forma como sua matéria-prima foi extraída da natureza – é virgem ou foi reciclada? Como a extração foi feita? É um material renovável? A essas preocupações unem-se uma maior atenção com a eficiência, a durabilidade e o preço do produto. Certificados de sustentabilidade e selos ambientais são bons indicadores para achar essas opções.
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Um exemplo que surgiu dessa filosofia consciente é o material Corkoco – uma solução acústica natural que mescla fibra de coco e cortiça (um material vegetal que é extraído da casca do sobreiro) expandida que vem se mostrando eficiente para absorver baixas frequências.
Além de atender as exigências técnicas quanto à absorção sonora, a fibra de coco é inodora, não apodrece e é resistente à umidade e aos fungos. Ela pode ser usada como isolamento, entre paredes e no contra piso, ou na instalação de pisos mais leves e resistentes.
Design de interiores: a acústica como tendência
A crescente demanda por produtos que aliam acústica e design para compor sistemas de isolamento e condicionamento acústico resultou em uma nova tendência para o design de interiores.
Hoje se sabe que ruídos indesejados causam uma série de consequências ao corpo humano: problemas psicológicos, doenças cardiovasculares e dificuldades no trato digestivo são algumas delas. Por consequência, um imóvel com deficiências acústicas tem muito mais dificuldade em achar um comprador ou um locatário.
Em vez de ser um problema, a necessidade de criar tratamentos acústicos de qualidade com materiais sustentáveis tornou-se uma solução no design de interiores. Os materiais ecologicamente corretos, afinal, decoram e integram-se ao ambiente e passam sensações de conforto e harmonia.
Além disso, uma divisória feita com um material como o Corkoco apresenta desempenho de isolamento sonoro até superior ao de um sistema tradicional feito com lã de rocha e gesso – e dá mais proteção ao ouvido e ao bem-estar contra vizinhos ruidosos e ruas barulhentas.
Conheça algumas tendências acústicas sustentáveis:
Fachadas ventiladas: muito usadas na Europa, as fachadas ventiladas reduzem custos com energia, calefação e refrigeração ao mesmo tempo em que isolam e atenuam a propagação do som – tanto dos ruídos externos quanto dos barulhos internos. Com revestimentos externos feitos de materiais como pedra, vidro e cerâmica, as fachadas ventiladas atendem os requisitos de normas ambientais da construção civil como os impostos pelo LEED – Leadership in Energy and Environmental Design.
Paredes e telhados verdes: Plantas também possuem eficiência como instrumentos de absorção sonora. Assim, os telhados e paredes verdes vêm sendo cada vez mais utilizados em ambientes urbanos para atenuar a poluição sonora e a poluição visual e equilibrar a temperatura térmica. Tratam-se de sistemas compostos por vegetação que são instalados sobre alguma estrutura da edificação, normalmente a parede, a laje ou o telhado. As próprias folhas das plantas são responsáveis por dispersar e absorver o som, uma atenuação que vai de moderada a significativa.
Especialmente no caso de arquitetos, engenheiros e profissionais de design de interiores, é importante lembrar que o projeto acústico precisa estar presente desde a etapa preliminar e caminhar lado a lado com o projeto arquitetônico, não importa qual o tipo de edificação que será erguido. Esse cuidado evitará que o cliente final fique insatisfeito com barulhos excessivos e com o desempenho acústico do imóvel e seja forçado a começar uma nova reforma para resolver o problema. Se for o caso, instalar o isolamento acústico após a conclusão do imóvel pode encarecer a obra em cerca de 40%.
Assista ao vídeo Arquitetura sustentável e consciente
Outros materiais sustentáveis que unem acústica e design
– Lã de PET: é um material de isolamento térmico e acústico feito com 100% de fibras de poliéster, obtidas da reciclagem de garrafas PET;
– Lã de madeira: produto 100% reciclável resistente à umidade e ao fogo e que oferece equilíbrio térmico ao ambiente. Ideal para controlar os ruídos da voz humana e ser utilizado em escolas;
– Forros e painéis de fibra mineral: produzidos a partir de matéria-prima natural e reciclável, não agridem a saúde humana e são indicados até para hospitais e berçários.
Saiba mais sobre os materiais acústicos sustentáveis
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