Quais os principais erros relacionados à acústica que os arquitetos cometem ao elaborar um projeto? Como evitá-los

Ignorar as necessidades do local, desconhecer as normas técnicas e selecionar os materiais errados são alguns dos equívocos mais comuns em projetos de acústica

Parece incrível que, mesmo enquanto vivemos e trabalhamos em meio a cada vez mais barulho, a acústica ainda seja negligenciada em muitos projetos arquitetônicos. Infelizmente, porém, é o que acontece. O som é poucas vezes visto como um dos elementos fundamentais do projeto – um verdadeiro aliado na busca por soluções.

A importância da acústica só costuma ser percebida quando o projeto está concluído e os incômodos sonoros começam a aparecer, levando à busca por expedientes que atenuem um problema que não precisaria existir. A tecnologia e as atuais normas técnicas possibilitam controlar os efeitos sonoros em edificações de forma muito mais eficaz do que há alguns anos.

Para arquitetos, engenheiros e outros profissionais, portanto, aprofundar-se no tema é indispensável. Somente a especialização pode fazê-los evitar erros em projetos de acústica e lhes dá aptidão para, a partir da finalidade de uso do ambiente em questão, selecionar os materiais adequados e definir a melhor formatação para o local.

Principais erros cometidos e como evitá-los

O projeto já começa com um grave equívoco se a acústica não é contemplada desde seus estágios iniciais. Se o profissional responsável não leva em conta a forma como as vibrações sonoras se propagam e como o som se comportará nos ambientes que está desenhando, a satisfação do cliente final pode ser gravemente afetada.

Conheça abaixo alguns dos mais comuns erros em projetos de acústica e quais procedimentos são necessários tomar para evitá-los.

– Não definir uma boa execução do projeto
A elaboração do projeto sempre deve levar em consideração as necessidades do cliente e o que ele espera como resultado. Mesmo que o próprio cliente não mencione questões sonoras, é dever do arquiteto entender o que ocorrerá no local (aulas, trabalho, descanso?) e propor soluções personalizadas antes de pôr o projeto em prática.

– Escolher os materiais errados
A definição dos materiais acústicos necessários para cada ambiente é outro ponto essencial para evitar erros em projetos de acústica. O material adequado para cada situação (lã de vidro, espuma acústica, lã de rocha) depende da frequência e da potência do som emitido. Mesmo peças decorativas como cortinas, tapetes, portas e janelas ajudam a absorver ruídos e contribuem para a acústica do local.

– Não pensar na necessidade do conforto acústico
Em centros urbanos médios ou grandes, hoje, não há como escapar: casas, edifícios e até espaços públicos são intermináveis fontes de geração de ruídos. Segunda maior causa de poluição do mundo, a poluição sonora afeta a qualidade de vida das pessoas, reduz a produtividade profissional e causa uma série de problemas de saúde. Não considerar o conforto é um dos principais erros em projetos de acústica.

– Não contemplar as especificidades do projeto
Levar em conta as atividades que serão aplicadas no espaço para pensar em soluções personalizadas é essencial para profissionais do ramo. Um estúdio de gravação, por exemplo, deve tanto ser protegido contra ruídos externos quando proteger a vizinhança dos ruídos internos – e esse isolamento requer escolher o local, os materiais e as dimensões adequadas para tal.

Um teatro, por outro lado, precisa reverberar o som que sai do palco sem que haja eco no ambiente – e também precisa ser protegido contra ruídos externos. São conceitos técnicos e materiais específicos que o profissional precisa aprender a empregar para entregar o melhor projeto de acordo com a necessidade de cada cliente.

– Não entender as normas técnicas
A Norma técnica NBR 10.151 estabelece quais são os procedimentos, métodos e equipamentos que devem ser empregados para medir os níveis de pressão sonora nos ambientes internos e externos. A norma foi, inclusive, atualizada este ano com a Errata 2020, o que trouxe algumas mudanças nas referências técnicas obrigatórias.

Já a norma NBR 15.575 trata dos padrões de qualidade que as construtoras devem atender ao erguer edificações e imóveis – inclusive quanto ao desempenho acústico. Assim, buscar conhecimento na área, entender a fundo as normas e estar sempre atualizando-se é fundamental para que arquitetos e engenheiros atendam aos pré-requisitos estabelecidos para garantir a qualidade de vida das pessoas.

Especialização é fundamental para evitar erros em seus projetos

Com tantos detalhes, fica fácil perceber como a especialização é mais do que necessária para que profissionais da construção civil evitem erros em projetos de acústica. Desta forma, o Portal Acústica oferece uma série de cursos que foram criados especialmente para quem deseja especializar-se em áreas da acústica de forma prática e acessível.

Desenvolvidos no sistema EAD e com durações variáveis, há cursos talhados para todos os níveis de conhecimento: desde iniciantes no tema até profissionais experientes que desejam especializar-se na área, passando por cursos que oferecem conhecimentos mais específicos de acordo com a necessidade do profissional.

Para iniciantes, por exemplo, recomendamos o minicurso “Fundamentos do Som”; para arquitetos experientes, sugerimos o curso “Acústica Sustentável”; já o curso “Acústica de Salas de Espetáculo e Igrejas” é indicado para quem deseja aprender a projetar ambientes de performance cultural e religiosa; o minicurso “Acústica em Escritórios” ensina a criar o ambiente perfeito para trabalhar; entre outros!

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